sexta-feira, 29 de julho de 2016

CCZ participa de seminário sobre ameaças à saúde pública





Com o objetivo de obter informações científicas e atualizadas que contribuam para o conhecimento e aperfeiçoamento na área de atuação, profissionais do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) participaram do seminário "Ameaças à Saúde Pública no Estado do Rio de Janeiro" realizado no Teatro Popular Oscar Niemeyer, Niterói/RJ, nesta quinta-feira (28/07).

O encontro tratou de temas envolvendo as ameaças à saúde pública no Estado do Rio, especialmente em relação às principais arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no momento atual – dengue, zika e chikungunya –, a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré. 

Para a coordenadora do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde do CCZ, Maria da Glória Moreira, a participação no seminário foi enriquecedora para a mesma e a equipe do IEC:  “Tivemos a  oportunidade de ouvir excelentes profissionais, oriundos de centros importantes, como a FIOCRUZ, Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil, e de ficar a par das recentes pesquisas no campo das arboviroses. Também foi possível observar o quanto os institutos de pesquisa brasileiros estão empenhados no desenvolvimento de soluções para o problema da Zika e o quanto estes institutos são reconhecidos na comunidade cientifica mundial. Pela apresentação do subsecretário estadual de saúde foi possível observar que ainda haverá muito o que fazer no estado do RJ em relação a ações educativas enquanto as soluções através de vacinas ou antivirais não se consolidam.”






O evento

O seminário "Ameaças à Saúde Pública no Estado do Rio de Janeiro" foi promovido pela Associação Pestalozzi de Niterói e o Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência (ILTC), e contou com a presença de estudiosos, pesquisadores e cientistas que discutiram questões que envolvem a presença de agentes infecciosos no Estado do Rio de Janeiro, especialmente os relacionados ao Aedes aegypti.

A abertura foi realizada pelo professor José Raymundo Martins Romeo, presidente da Pestalozzi Niterói, e pelo professor José Francisco Borges de Campos (ILTC), acompanhados do subsecretário de ciência e tecnologia, Luiz Andrade, representando a Prefeitura de Niterói, e do Dr. Jair Vinícius Ramos da Veiga, coordenador da gestão hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, representando o Governo Federal.




O pronunciamento seguinte ficou a cargo de Alexandre Otávio Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.  O subsecretário afirmou que a zika ganhou destaque nos últimos meses por causa das consequências graves da infecção em gestantes, mas as três doenças transmitidas pelo Aedes – dengue, zika e chikungunya – circulam atualmente no Rio. Segundo ele, o número de casos declinou com a chegada do inverno, no entanto uma nova alta é esperada para o próximo verão e é importante manter as ações de combate ao vetor.






A mesa de debates científicos, moderada pelo Dr. Luiz Antônio Santini Rodrigues da Silva, ex-diretor geral do Instituto Nacional do Câncer (INCA), reuniu os palestrantes:  Wilson Savino, diretor do Instituto Oswaldo Cruz; Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan; e Edimilson Migowski, presidente do Instituto Vital Brazil.




Wilson Savino falou sobre a força da comunidade científica brasileira numa ação cooperativa para responder à sociedade na vigência de uma emergência em saúde pública de importância nacional.  “Numa emergência temos que trabalhar em colaboração e não em competição no mundo científico. A comunidade científica brasileira trabalhou de forma rápida e em colaboração para responder a esse desafio de saúde pública e produziu resultados muito importantes. E ainda há muito trabalho pela frente”.




Jorge Kalil comentou os esforços para desenvolver uma vacina contra o zika vírus.  O diretor do Instituto Butantan afirmou que o trabalho é desenvolvido em colaboração com instituições internacionais e de forma acelerada. “O problema do zika no Brasil ainda vai durar uns 3 a 5 anos, pois como não há sorotipos distintos – como no caso do vírus da dengue –, boa parte da população já estará imune.  Depois, o vírus poderá voltar daqui a duas ou três gerações, então é necessário criarmos políticas públicas de saúde para combate-lo agora”, ressaltou.




Edimilson Migowski anunciou que o Instituto Vital Brazil trabalha em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na pesquisa de um fitoterápico que atue como antiviral contra as arboviroses. “Provavelmente divulgaremos esse fitoterápico no final do segundo semestre, após as eleições”, disse.



Em comum, todos os palestrantes afirmaram que ainda são muitas as dúvidas a respeito da transmissão e das consequências provocadas pelos vírus da zika, da dengue e da chikungunya no organismo.   Do mesmo modo, alegaram há muito trabalho pela frente e falta investimento financeiro público para pesquisas.





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