terça-feira, 7 de julho de 2015

ATIVIDADES DE "SALA DE ESPERA" NAS UNIDADES DE SAÚDE


Neste mês de julho, período de férias escolares e de maior procura por serviços de saúde, o Centro de Controle de Zoonoses – através do setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) – intensifica as atividades de sala de espera nas unidades de saúde do município.  O objetivo é sensibilizar os usuários sobre a importância da adoção de hábitos favoráveis à saúde individual e coletiva no âmbito das zoonoses e doenças de transmissão vetorial.

Dengue e roedores são os temas mais frequentemente pedidos e abordados.  Febre de chikungunya e, mais recentemente, zika vírus tem despertado muito a curiosidade das pessoas, que buscam informações e sanar dúvidas sobre o que já leram ou ouviram a respeito.  A seleção dos tópicos relevantes ao público específico se dá por meio de solicitação dos profissionais da unidade – através de uma identificação prévia da necessidade – ou mesmo de uma demanda local identificada pelo agente do IEC. 

As ações ocorrem durante todo o ano e são desenvolvidas de maneira sucinta e objetiva, por meio de bate papo interativo e distribuição de material informativo.  Havendo tempo e oportunidade, exibição de slide-show ou vídeos educativos complementam e enriquecem o trabalho.  Em alguns bairros existe até uma parceria promovida pelo IEC entre unidades de saúde e escolas locais para apresentação de trabalhos educativos de estudantes; exemplo disso aconteceu neste primeiro semestre com a exposição de cartazes e painéis sobre a dengue confeccionados pelos alunos da Escola Madre Ângela nas dependências do Médico de Família Eva Ramos, ambos no bairro Cantagalo.




Sala de espera: um ambiente para efetivar a educação em saúde.

A sala de espera tem o intuito de garantir um cuidado humanizado, efetivando a aproximação cada vez maior entre a comunidade e os serviços de saúde. É por meio da sala de espera que os profissionais da área da saúde têm a oportunidade de estar desenvolvendo atividades que extrapolam o cuidado, como a educação em saúde, auxiliando na prevenção de doenças e na promoção da saúde; proporcionando também uma melhora na qualidade do atendimento, garantindo maior acolhimento aos usuários, e melhorando a inter-relação usuário/sistema/trabalhador de saúde, além de constituir-se em uma forma de humanizar muitas vezes os burocratizados serviços prestados.

Procurando estabelecer vínculos com a população é que se estabelecem os momentos de sala de espera, que pode ser considerada um espaço dinâmico, onde ocorrem vários fenômenos psíquicos, culturais, singulares e coletivos. Podemos dizer que a sala de espera ameniza o desgaste físico e emocional associado ao tempo de espera por algum atendimento, espera essa que pode gerar ansiedade, angustia, revolta, tensão, e comentários negativos entorno do atendimento dos serviços públicos de saúde. É caracterizada como uma forma produtiva de ocupar um tempo ocioso nas instituições, com a transformação do período de espera pelas consultas médicas em momento de trabalho; espaço esse em que podem ser desenvolvidos processos educativos e de troca de experiências comuns entre os usuários, possibilitando a interação do conhecimento popular com os saberes dos profissionais de saúde.

Os grupos de sala de espera podem funcionar como “espaço potencial”, sendo um território onde ocorrem trocas entre o indivíduo e o meio. No mesmo sentido, o processo de educação pode estimular nos pacientes a responsabilidade do autocuidado, gerando a interpretação de que muitas situações podem ser prevenidas sem ter a necessidade de buscar atendimento especializado.

Dessa forma, é através dos diálogos que acontecem na sala de espera que podemos detectar problemas de saúde, através de expressões faciais dos pacientes e de suas dimensões físicas e psicossociais; nesse espaço também avaliamos, interagimos, desmistificamos determinados tabus e entendemos determinadas crenças, e consequentemente vemos e entendemos o usuário na sua totalidade.



Fonte texto “Sala de espera: um ambiente para efetivar a educação em saúde”:
Artigo Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões.   Rodrigues, A., et all.



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